Jean-Paul Sartre propagava que os filósofos devessem sair dos seus gabinetes para ir às ruas fazer história. Ele pregava que para mudar o mundo teria que haver o comprometimento com a causa.
Pensar em mudar apenas com teorias sem o engajamento não seria possível. Imaginar que todos fizessem teoria, mas sem ação, o que se poderia mudar?
O compromisso da ação não deve ser atitude circunstancial, mas algo impregnado no ser. Deve estar nele, onde estiver. Engajar-se de forma consciente por mundo melhor.
Não se trata de algo ideológico que nos lança a polarizações. Mas, o que significa engajar a humanidade com o meu comprometimento?
A minha ação no mundo sinaliza para uma direção. É como se eu quisesse que toda a humanidade também me seguisse. Não importa a simplicidade do gesto. Ajudar alguém que necessita sem querer algo em troca é ato que sinaliza a humanidade inteira a fazer o mesmo.
O simples gesto de atender alguém com educação está dizendo a todos como devem se tratar. O modo de vida que eu escolho resulta numa responsabilidade do tamanho da humanidade.
O que eu sou corresponde à minha ação. Ajo de forma honesta, logo quero que todos sigam o meu gesto. Quando me engajo num compromisso de valor com a vida, estou dizendo que ela é importante.
Quando me envolvo com a natureza, estou propagando que se deve respeitá-la. Quando me dedico ao trabalho, estou dizendo que todos devem ter este comportamento também.
O engajamento é compromisso com nossos atos enquanto indivíduos e cidadãos. Ações simples de respeito ao outro podem revelar maior engajamento do que eloquências sem atos.
Aquele que prega vida boa apenas para si, está dizendo à humanidade que se deve pensar individualmente. Dos caminhos, o melhor é direcionar a ação ao engajamento universal, um compromisso com o mundo.
O compromisso é fazer parte dos acontecimentos de maneira a contribuir para solução dos problemas. Quando fechamo-nos em si, abraçamos a ignorância, impossibilitando-nos de ver que fazemos parte de algo maior do que nossos ensejos.
Ver as coisas simplesmente com os nossos olhos não retrata ato de sabedoria. O universal nada mais é do que a lente ampliada da alma.
Quem ousaria atravessar densa floresta olhando apenas o que está em volta? Somos chamados a bordar o mundo através do nosso comprometimento.
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